O carro avançou pelas ruas banhadas de luz.
O sol filtrava-se pelas copas das árvores, projetando sombras dançantes no painel.
Helena dirigia tranquila, mas o coração insistia em acelerar — cada vez que o via pelo canto do olho, relaxado no banco ao lado, o braço apoiado na porta, a luz desenhando dourados nos fios de seu cabelo.
— Onde vamos almoçar? — perguntou ele, num tom casual, tentando quebrar o silêncio que, apesar de leve, carregava tensão demais.
— Há um restaurante perto da praça central — disse ela. — Pequeno, mas encantador. A comida é boa e o lugar tem uma varanda com vista para o jardim.
— Parece perfeito. — comentou Santiago, sorrindo de canto. — Você parece ter um talento pra encontrar refúgios bonitos.
Ela riu, virando a esquina.
— Acho que sempre procurei lugares onde o tempo desacelera um pouco.
— Entendo bem. — admirou-a discretamente, algo dentro dele o impelindo a dizer que gostaria de ser um desses refúgios para ela, mas se conteve. Queria ir com calma para nã