Na manhã seguinte, Helena acordou tarde. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se verdadeiramente revigorada. Não havia o som estridente do despertador lembrando-a de que precisava servir um homem que, agora, ela via com clareza, jamais a amara de verdade.
Um leve sorriso escapou de seus lábios ao perceber a liberdade que se aproximava. Três dias, apenas três dias separavam-na da vida que escolheria viver para si mesma.
Levantou-se lentamente, ainda sentindo o peso da noite anterior se dissipar, e foi direto para o banheiro. O banho quente acariciou sua pele, levando embora não só a fadiga, mas a sensação de anos de subjugação.
Vestiu um vestido de linho cor palha que realçava a profundidade de seus olhos verdes, e calçou sandálias baixas, delicadas, que batiam suavemente no piso frio do apartamento.
Enquanto tomava café e aplicava a compressa na mão machucada, Helena não pôde deixar de refletir sobre a ironia cruel da vida: a mesma mão que impulsionara o sucesso de Cássio agora es