Ser jovem é acreditar que o mundo começa no dia em que se nasce.
É olhar para os velhos com o desdém inocente de quem pensa que o tempo não ensina nada.
É crer que tecnologia substitui sabedoria, que telas iluminam mais que as estrelas, e que a vida pode ser dominada, reescrita, domada — como se fosse uma extensão da própria arrogância.
E como sempre, a juventude tropeça em si mesma.
Foi assim com João, Carlos, Sérgio, Amadeu e Rui, cinco desajustados que confundiam coragem com impulsividade, e malandragem com invencibilidade. Não eram inocentes, nem santos — longe disso. Tinham as mãos sujas de pequenos crimes, mas nunca tinham atravessado a fronteira para o mal profundo, aquele que deixa marca na alma e no destino.
Por isso acreditaram, tolos como só os jovens sabem ser, que o lobisomem que atacara Mário não passava de um sujeito fantasiado.
Um fanfarrão de máscara e espinhos falsos.
Um brincalhão perigoso.
Um homem.
Não sabiam que Mário, por sua vez, carregava dívidas espiritu