Há dias em que a vida parece rir da nossa ingenuidade. Rir não — debochar. Como se uma criatura antiga e invisível nos observasse do alto, entediada, e dissesse: “Vamos ver até onde essa tolice humana consegue ir antes de desmoronar.”
E nós vamos. Vamos felizes, embriagados pela fantasia de que sabemos o que estamos fazendo.
O ser humano, no auge da sua soberba, comete erros que carrega como medalhas tortas no peito. Não são culpas, não são acidentes — são burrices deliberadas, cuidadosamente embaladas em sedas de teimosia. No começo, parecem escolhas inocentes; depois, percebemos que eram armadilhas abertas com as nossas próprias mãos.
E, mesmo reconhecendo a queda, insistimos em descer mais um degrau. É como se dentro de cada um habitasse um pequeno sabotador, um ser miúdo e hostil, sussurrando:
“Vai. Só mais uma vez. Nada de ruim vai acontecer…”
Mas acontece. A vida cobra tudo no final.
O problema é que confundimos coragem com impulso. Confundimos liberdade com fuga. Confundimos am