Há sempre uma geração que acredita ser eterna, invencível, dona de todas as respostas.
E são justamente esses — os jovens que se julgam maiores que a própria noite — que decidem ir atrás do lobisomem.
Entram na mata como quem pisa em território já conquistado, rindo, debochando, fazendo pouco caso de tudo que não compreendem. Ridicularizam policiais, zombam de autoridades de terras vizinhas, e gargalham das pessoas que ousam acreditar no sobrenatural.
Mal sabem eles que a escuridão não precisa provar nada.
Quando partem em busca da fera, carregam mais arrogância que coragem. E é por isso que, antes mesmo de encontrarem qualquer sinal do lobisomem — coisa que jamais verão —, a mata se fecha ao redor deles como uma boca antiga e paciente.
E o medo, esse velho predador silencioso, desperta.
Pequenos animais, tão dóceis quanto a própria manhã, avançam sobre os jovens como se obedecessem a um comando invisível.
As armadilhas que construíram com bravatas e improvisos transformam-se em