O TRIBUNAL DO PVC
(O Julgamento da Carne Plastificada)
O Inferno, por vezes, cria moda.
E quando cria… cria com sarcasmo.
Depois que Sabrina — ainda ofendida — descobriu que todos os atacados tinham nádegas com gosto de cano de PVC, o Diabo decidiu transformar aquela pequena descoberta num espetáculo.
Porque tudo que toca o orgulho humano merece ser torturado.
— A Sala do Tribunal
O salão foi erguido em menos de um minuto.
O Inferno não precisa de arquitetos, apenas de vontade.
Do chão, brotaram pilares feitos de ossos fusionados, retorcidos como se gritassem eternamente.
A cúpula era revestida por uma membrana avermelhada — pulsante — como o interior de um coração gigantesco.
Luzes vinham de chamas azuis que ardiam sem calor, apenas com desprezo.
No centro:
um trono feito exatamente de canos brancos, brilhantes, perfeitos.
PVC puro.
O Diabo sentou-se nele rindo, como a criança que descobre um brinquedo novo.
— Se minhas criaturas têm gosto de PVC… então vamos julgar todas elas