CADA UM NO SEU QUADRADO, OU,
CADA UM NO SEU PLANETA
A ordem do Universo enfim se assentou como um grande tabuleiro cósmico, onde cada peça encontrou o lugar que sempre esteve reservado a ela. Depois de eras incontáveis em que a existência era feita de idas e vindas, de transições entre reinos, de reencarnações intermináveis e batalhas entre luz e sombra, chegou o momento em que tudo — absolutamente tudo — encontrou seu quadrado, seu território, seu planeta.
E que diferença isso fez.
Para os habitantes da escuridão, a mudança foi tão profunda que parecia impossível acreditar que um dia viveram apenas como espíritos cintilando no vazio. Hoje, cada um deles possui corpo material, carne eterna e incorruptível. Sentem o peso dos próprios passos, o calor da própria pele, a força do próprio sangue — algo que durante eras foi privilégio apenas dos encarnados da Terra.
Agora, eles vivem.
E vivem para sempre.
E como isso tem sido bom…
Há trabalho, há estrutura, há regras — mas há, sobretudo, p