A lua cheia finalmente brota no céu da Terra como um olho branco, atento e cruel.
O demônio observa o brilho refletir no abismo e dá o comando: é hora.
Quarenta e quatro mil lobisomens espirituais deixam o inferno ao mesmo tempo, rompendo as camadas do mundo como lâminas vivas. Cada um leva consigo um trabalho, um alvo, uma dívida a ser cobrada em sangue.
Eles descem sobre a Terra silenciosos, invisíveis aos encarnados.
Os humanos olham para o chão e não conseguem ver sombras; olham para o céu, mas não percebem que estão sendo observados.
As mortes começam.
Não importa a cidade, o continente, o idioma.
Sempre que anoitece em algum lugar do planeta, um lobisomem ataca.
A cena se repete milhares de vezes: gritos interrompidos, carne despedaçada, membros largados como restos de um banquete ritual.
E não há testemunhas.
Só os corpos.
Isso enlouquece os encarnados.
Pela primeira vez, eles começam a admitir que não há criatura física capaz daquilo.
Que não há animal, arma, doença, psic