Ela…
O frio da água me envolveu como um abraço gelado e implacável.
Eu estava submersa até o pescoço, meus pulmões queimando de tanto que eu precisava respirar, mas ainda assim, o desespero me impedia de agir com clareza.
O som do mar, as ondas batendo com força, misturado com o silêncio ensurdecedor da minha mente, faziam tudo parecer um pesadelo.
Eu piscava, tentando entender onde estava, tentando colocar as ideias no lugar.
O caos da queda, o impacto do avião, tudo aquilo ainda ecoava dentro de mim, mas agora, era a luta pela sobrevivência que tomava conta.
Foi quando vi Klaus.
Ele estava flutuando, preso na poltrona do avião, a água tomando conta de tudo ao seu redor.
Seus cabelos estavam molhados, seus olhos fechados, e ele parecia tão frágil, tão vulnerável.
Eu queria odiá-lo.
Queria que ele ficasse ali, entregue ao destino.
Mas, no fundo, eu sabia que ele também era um ser humano, e, mesmo com toda a sua arrogância, ele ainda estava ali, à mercê do mar, como eu.
O eg