Ela…

Ele fechou a porta com tanta força que o som ecoou pelo apartamento vazio.

Encostei as costas contra uma parede, tentando recuperar o fôlego, mas meu coração estava descompassado, e não era só pela discussão ou pelo beijo.

Era por ele.

Klaus.

Como ele conseguia me desmontar com tão pouco?

Cruzei os braços, sentindo o calor da raiva ainda pulsar em mim, mas também aquele vazio incômodo que sempre vinha depois de cada discussão.

Cada palavra trocada parecia uma facada.

Cada acusação, um espelho da confusão que nos envolvia.

Caminhei até a sala, ainda com o gosto amargo das palavras dele queimando minha língua.

"Idiota por achar que você era diferente”

A frase reverberava na minha cabeça como um sino.

Ele realmente acreditava que eu o usei?

Dei uma risada sarcástica para mim mesma.

Claro que acreditava.

Eu havia escondido tantas coisas, e não era porque eu queria enganá-lo.

Era porque eu tinha medo. <