Anos atrás….
A Morte de Luísa
Eu costumava acreditar que o amor era suficiente para manter tudo de pé.
Que a presença, o cuidado, o esforço bastariam para impedir as rachaduras de abrirem caminho pela alma de alguém.
Mas eu estava errado.
Naquela manhã de domingo, o céu parecia calmo demais, como se a natureza quisesse fingir que tudo estava bem.
Passei cedo no quarto da Luísa.
Ela estava deitada, os olhos fixos no teto, e um leve sorriso — o primeiro em semanas — tocava seus lábios.
— Você está melhor? — perguntei, mesmo sabendo que ela nunca mais seria a mesma.
— Estou. — respondeu baixo, sem me olhar.
— Obrigada por ontem… por ficar comigo.
Toquei a mão dela com suavidade, temendo quebrá-la.
Aquilo me deu esperança, mesmo que mínima.
Talvez fosse o começo da volta.
Talvez o fundo do poço tivesse acabado.
Me enganei de novo.
Horas depois, estava no escritório lendo prontuários antigos quando ouvi