Ela…
O mundo seguia em marcha lenta, como se tudo tivesse sido desacelerado de propósito para me dar tempo de entender que eu estava viva.
Recebi alta no dia seguinte.
Foi cedo demais, eu sabia — o corpo ainda doía e a mente… bom, a mente parecia um campo de batalha em ruínas.
Mas eu queria sair dali.
Queria o cheiro de casa, ainda que não fosse a minha.
Klaus assinou os papéis da alta com mãos firmes e olhos cansados.
Ele caminhou ao meu lado até o carro preto estacionado na entrada do hospital.
Dentro dele, meu pai me esperava.
Vestia uma camisa escura, mas o que me chamou atenção foi o olhar:
Ele estava ali — de verdade — como há muito tempo não estava.
Klaus me ajudou a entrar no carro.
Seus dedos demoraram um segundo a mais sobre minha mão.
E no silêncio do toque, eu entendi tudo.
Ele estava se afastando.
Não por covardia…
Mas por respeito.
— Vou deixar vocês a sós — disse ele, baixinho.
— Qualquer coisa… você sabe.
Assenti.
Com um aperto no peito.
Com vontad