Ele…
O motor rugia sob meus pés como se compartilhasse da minha fúria.
O volante do SUV tremia em minhas mãos, e meus olhos, cravados na pista, só enxergavam uma coisa: o galpão.
Hayla.
Se ela tivesse um arranhão... um único arranhão...
— Doutor Klaus, estamos a cinco minutos — avisou um dos agentes no rádio, a voz trêmula de tensão.
— Invasão silenciosa. Sem alarde. Se ouvirem um grito lá dentro... é porque fui eu — rosnei.
A lembrança do que Clara disse, a insanidade em cada palavra, me corroía por dentro.
Ela queria machucar Hayla.
Ela queria acabar com ela.
E eu deixei acontecer.
"A culpa é minha."
Tentei apagar o pensamento, mas ele latejava como uma sirene dentro de mim.
O cheiro da fumaça da noite, do asfalto molhado e dos pneus queimando marcava o prelúdio de uma guerra que eu não sabia se sobreviveria inteiro.
A chegada ao galpão aconteceu em câmera lenta. O silêncio da noite ecoava como um aviso: o resgate estava prestes a começar.
Estávamos os três: e