O outono tomava conta de Londres com seu clima acobreado e ventos suaves, e a rotina de Isabela com as filhas havia adquirido um novo tom. Desde que Lorenzo decidira tentar se reaproximar das meninas, o clima em casa variava entre tensão e uma esperança tímida.
Lorenzo, agora mais humilde, sabia que reconquistar suas filhas exigiria mais do que palavras bonitas. Ele precisava mostrar, no dia a dia, que havia mudado. E foi isso que começou a fazer, um passo por vez, sem forçar a presença, mas também sem fugir do confronto.
Valentina, com seus 11 anos, era a mais difícil. Olhava para o pai com olhos desconfiados, tentando entender se aquele homem carinhoso e sorridente era o mesmo que havia partido, o mesmo que havia deixado cicatrizes em sua mãe. Mas também era a menina que mais sentia falta dele, e isso a confundia.
Numa tarde de sexta-feira, enquanto Isabela ainda estava no trabalho, Lorenzo passou na escola das meninas e as buscou. Já havia combinado com Isabela antes, que aceitou,