O reencontro no parque havia sido um passo importante para Lorenzo. Ele finalmente sentia que poderia se reconectar com as filhas. Mas o que ele não esperava era o incômodo crescente que sentia cada vez que Guilherme aparecia no mesmo ambiente que Isabela.
Na semana seguinte, ele começou a visitar as meninas com frequência. Levava brinquedos, ajudava nas tarefas da escola de Valentina e contava histórias para Aurora dormir. Isabela permitia, com reservas, mas não podia negar que as meninas estavam felizes.
Num sábado à tarde, ele apareceu sem avisar e deu de cara com Guilherme já na casa, usando avental rosa e cozinhando algo que cheirava divinamente. A cozinha estava cheia de aromas de chocolate, baunilha e especiarias. Aurora, sentada no balcão, mexia um pote de brigadeiro com o rosto lambuzado. Valentina desenhava no chão com canetinhas coloridas.
— Ué, você aqui? — disse Lorenzo, entrando pela porta com uma sacola de livros infantis.
— Sempre, querido. Essa casa tem um sistema de