O som constante dos teclados e telefones da delegacia era quase reconfortante.
Quase.
Porque, naquele dia, cada ruído parecia atravessar minha paciência como uma lâmina. A rotina de investigações, as pilhas de relatórios, o café requentado… nada daquilo importava. Tudo o que eu conseguia pensar era em Manu.
Ela tinha sumido da minha vida como um fantasma. E quanto mais o tempo passava, mais aquela ausência me corroía por dentro.
Mas hoje, eu estava mais perto do que nunca de encontrá-la.
Inclinei-me sobre a mesa, ajustando o crachá no bolso da camisa e abrindo o sistema interno da polícia. As informações que eu estava prestes a buscar não tinham nada a ver com o caso que constava oficialmente na minha mesa — uma investigação de tráfico de drogas em Camden Town.
Era apenas a desculpa perfeita.
Digitei o nome dele: Ravi Bonetti.
O cursor piscou na tela por longos segundos, até que uma sequência de registros apareceu. Eu segurei o ar.
Era ele.
O mesmo nome que o idiota do investigador pa