Amélia Davis
Apertei o volante com tanta força que os nós dos meus dedos ficaram brancos, o couro rangendo sob a pressão. Minha respiração estava pesada, quase fora de controle, enquanto tentava conter a raiva que fervia no meu peito. A rua em que estava estacionada era insignificante, tão comum quanto tudo que Maitê representava. O nome dela já me causava náuseas. Como Gregório podia ser tão cego? Como ele podia escolher ela em vez de mim?
A ironia disso tudo quase me fez rir. Claro que não ia funcionar. Claro que aquela vadia ia encontrar um jeito de virar a situação a seu favor. Gregório sempre teve uma queda por casos perdidos, e Maitê era o maior deles. Ela era comum. Desinteressante. Simples. Como ele não via isso?
Eu sempre estive ao lado dele. Sempre.
Eu relaxei os ombros por um momento, fechando os olhos e respirando fundo, mas o calor da indignação voltou com ainda mais força. Não importava. Não importava o quão longe ela fosse. Eu ia acabar com isso.
Peguei o celular no ba