Gregório Smith
Cheguei em casa um pouco mais tarde do que o planejado. O trânsito tinha sido infernal, e o cansaço do dia inteiro já pesava nos ombros. Mas, mesmo assim, eu só pensava em uma coisa: em ver Maitê e Ana Clara. Elas eram meu refúgio, minha casa.
Ao abrir a porta, a cena que encontrei foi exatamente o que eu precisava. Maitê estava de pé na sala, descalça, com o cabelo preso de qualquer jeito e aquele jeito que só ela tinha, de parecer mais linda do que qualquer modelo mesmo usando uma camiseta simples. Mas o rosto dela estava sério. Demorou meio segundo pra eu perceber que alguma coisa tinha acontecido.
— Olá, querida… — falei, tentando medir o terreno. Coloquei a mochila no chão e caminhei até ela. — Tudo bem?
— Precisamos conversar.
Essa frase nunca vinha acompanhada de boas notícias.
— Claro. O que houve?
Ela respirou fundo e cruzou os braços, como se tentasse se proteger de alguma coisa. Senti o estômago apertar.
— A Amélia esteve aqui.
Minha cabeça deu um nó.
— Améli