MELINA
Talvez fosse a camada de neve fina que cobria o solo e tingia as árvores da floresta de branco, como se soubesse que algo estava prestes a acontecer e que exigiria cada parte do meu corpo e da minha alma, ou só o centro das minhas pernas que ainda estava dolorido depois de perder minha virgindade com Amarok recentemente.
O questionamento de Amarok soou às minhas costas, com a voz grave, mas controlada:
— Você está pronta, minha loba?
Eu não respondi de imediato, pois estava afundando meus pés descalços na neve fria, como se tentasse abrir caminho para a minha primeira tentativa de me transformar na minha loba.
— Eu não sei se estou pronta — admiti, virando o rosto para ele. — Mas acho que posso tentar.
Ele assentiu, seus olhos brilhando naquele familiar vermelho intenso. A presença masculina dele era como uma força da natureza, me encorajando e passando confiança.
— Não tenha medo, a loba em você vai guiar tudo — disse ele, dando um passo à frente. — Mas para isso, você precis