O dia seguinte amanheceu nublado, como se o céu também refletisse o turbilhão que Gabriela sentia por dentro. A estreia do filme ainda estava distante, mas cada etapa das gravações parecia um lembrete constante de que sua vida já não era apenas sua — era pública, compartilhada, exposta.
No entanto, havia algo mais urgente agora: as palavras de Miguel na tarde anterior. A ideia de ele escrever seu próprio livro mexera com ela de uma forma inesperada. Orgulho? Sim. Medo? Também. Afinal, Miguel tinha sido seu porto seguro, seu confidente, aquele que acompanhara cada passo silencioso de sua trajetória. E, de repente, ele falava em construir sua própria narrativa, onde talvez ela não fosse mais a personagem principal.
Enquanto preparava o café da manhã, Gabriela abriu o celular e encontrou outra mensagem dele.
"Escrevi algumas linhas ontem à noite. N&