O envelope continuava sobre a mesa da sala, como se tivesse vida própria. Gabriela passava por ele a cada instante, tentando ignorar o peso das lembranças que carregava, mas era impossível. Renato. Apenas pensar no nome já trazia de volta os dias em que acreditava que o amor era eterno, que promessas nunca seriam quebradas.
Na manhã seguinte, tomou coragem. Pegou a carta, colocou dentro da bolsa e saiu. Precisava de ar. Caminhou sem destino, até que percebeu onde seus passos a haviam levado: o parque onde costumava passear com Renato. As árvores altas, o banco de madeira ao lado do lago — tudo parecia conspirar para trazê-lo de volta à sua memória.
O celular vibrou. Uma nova mensagem:
"Estou aqui. Sei que você recebeu minha carta. Podemos conversar? Só quero te ver uma vez. Estarei no café da esquina às 16h. — R."
Gabriela sentiu o corpo estremecer.