O vento batia forte naquela manhã em Santorini, onde o céu parecia tocar o mar com dedos azuis. Gabriela desceu do pequeno táxi com os cabelos presos num coque solto e os olhos marejados de encantamento. Miguel segurava sua mão com força, como se aquele lugar fosse feito para reafirmar tudo que viveram — e ainda viveriam.
Era a primeira viagem só dos dois desde o nascimento de Lara. Tinham deixado os filhos com pessoas de confiança: Manu com os avós, Lucas com Clara, e Thiago sob os cuidados de uma equipe médica e emocional, em Barcelona.
— Acha que vamos conseguir não pensar neles o tempo todo? — Gabriela perguntou, sorrindo.
— Nem tento. Mas a gente merece lembrar que antes de sermos pais... fomos só nós. E isso ainda existe.
— E é precioso.
O hotel era simples, mas de frente para o mar Egeu. As janelas abertas deixavam a luz e