Capítulo 122

Lorenzo Bianchi

A luz do sol me despertou antes da consciência. Aquela claridade morna, filtrada pelas cortinas brancas, invadia a sala com a delicadeza de um sussurro — e ainda assim, me atingia como um soco. Pisquei devagar, tentando entender onde estava. O teto era familiar. As texturas, os cheiros… Tudo me dizia que eu havia voltado.

Voltei?

O primeiro pensamento foi esse, mas a cabeça latejava. Um peso estranho pulsava atrás dos olhos, como se a noite anterior tivesse sido afogada em álcool, embora eu não conseguisse lembrar de mais de dois goles de vinho.

Vinho.

Camille.

Virei lentamente o rosto e ela estava ali. Dormindo, ou fingindo. Os cabelos claros espalhados sobre o sofá, os ombros nus à mostra, e o lençol puxado até a cintura, revelando a curva das costas que eu conhecia bem demais. Meu corpo estava entrelaçado ao dela — pernas, braços, calor.

Tudo gritava intimidade. Tudo parecia ter voltado a ser como antes.

Mas não era.

Minha mente girava em câmera lenta, com
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