Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo
Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo
Por: Paulamonteiro_autora
Capitulo 01

Vittorio Bianchi

Cinco anos antes…

Minha vida está ligada à família Moura desde que me entendo por gente. Meus pais e os pais do Hugo eram amigos, e fomos criados como irmãos, já que nenhum de nós teve irmãos de sangue.

Embora eu seja cinco anos mais novo que o Hugo, sempre tivemos uma ligação forte. Após a morte dos nossos pais, essa conexão se fortaleceu ainda mais. Ele se apaixonou por Ava, casaram-se, e trouxeram ao mundo a pequena Heloísa. Ela é linda. Desde que aprendeu a andar, vive colada a mim.

Hoje é seu aniversário de 18 anos. Entre tantos garotos da sua idade, ela me pediu para ser o príncipe de sua valsa. Fiquei honrado — nunca imaginaria que, tê-la em meus braços, dançando, pudesse me abalar daquela forma.

A música começa, e eu estendo a mão para ela. Heloísa sorri, seus olhos brilhando sob as luzes do salão. Sua mão pequena e delicada encontra a minha, e eu a puxo suavemente para mais perto. Começamos a dançar.

Os passos fluem com naturalidade, como se já tivéssemos feito isso mil vezes. Mas há algo diferente esta noite. Algo no modo como ela me olha, no jeito como seu vestido azul-claro se move com cada giro. Por um momento, não vejo a menininha de tranças e joelhos ralados. Vejo uma jovem prestes a descobrir o mundo.

Ava sorri orgulhosa, e Hugo nos observa com atenção. Sei que ele confia em mim mais do que qualquer outra pessoa. E eu nunca faria nada para quebrar essa confiança.

Mas, quando os dedos de Heloísa apertam os meus e ela me olha com uma intensidade que desconheço, percebo que talvez ela esteja sentindo algo que ainda não sabe nomear.

A música termina, e ela não solta minha mão de imediato. Seu olhar brilha, como se estivesse prestes a dizer algo importante.

— Posso pedir um presente? — sua voz é suave, mas firme.

Sorrio, tentando manter o tom leve.

— O que você quiser, princesa.

Ela solta minha mão, mas antes de se afastar, sussurra:

— Me espere no jardim, perto da piscina.

Fico parado, hesitando. Algo dentro de mim diz para não ir. Mas minutos depois, lá estou eu, sob a brisa noturna e as luzes suaves que dançam na água. O som distante da festa parece pertencer a outro mundo.

Heloísa aparece com passos silenciosos, o vestido arrastando no chão. Ela para à minha frente.

— O que você quer de presente, pequena? — pergunto, forçando um sorriso.

Ela ergue o rosto e responde, sem vacilar:

— Quero que meu primeiro beijo seja com você.

Sinto meu estômago afundar. Fico em silêncio por alguns segundos, depois respiro fundo.

— Heloísa… você é uma criança. Eu tenho idade para ser seu pai. — Minha voz sai baixa, mas firme.

Ela não desvia o olhar.

— Mas você não é meu pai.

Me aproximo devagar, com carinho. Coloco uma das mãos em seu rosto e dou um beijo suave em sua bochecha. Ela fecha os olhos por um instante, como se quisesse guardar aquele gesto.

— Você vai encontrar alguém incrível, que te dê o primeiro beijo que você merece. Mas não pode ser comigo, pequena. Não assim. — digo, com um nó na garganta.

Ela não responde. Apenas fica ali, olhando para mim, os olhos começando a se encher.

Dou um último olhar antes de me virar e ir embora, lutando contra o peso no peito. Cada passo parece mais difícil que o anterior.

Ao sair pelo portão lateral, ouço o silêncio se derramar sobre o jardim. E, no meio desse silêncio, o som contido de um soluço.

Heloísa fica para trás, sozinha, sentindo o vazio que a minha ausência deixou. E eu sigo noite adentro, tentando convencer a mim mesmo de que fiz o que era certo.

Heloísa Moura

A mesma noite…

Fiquei ali parada, no jardim, observando as costas do Vittorio desaparecerem entre as sombras. O som da festa parecia distante, abafado, como se estivesse atrás de uma parede grossa. Tudo que eu ouvia de verdade era meu próprio coração batendo rápido e descompassado.

Ele me beijou no rosto. E foi com carinho. Mas não foi o que eu queria.

Minhas mãos ainda estavam trêmulas. Quis chamá-lo de volta, gritar que ele estava errado, que eu não era mais uma criança. Mas as palavras não saíram. Só o silêncio.

Sentei-me no banco de pedra perto da piscina, o mesmo onde costumávamos brincar quando eu era pequena. Lembro dele me ajudando a nadar, me levantando no colo quando eu tropeçava, das histórias que inventava para me fazer rir. Sempre foi ele. Sempre foi Vittorio.

E agora ele foi embora como se tudo isso tivesse sido só brincadeira. Como se o que eu sentia não fosse real.

Mas é.

Eu o amo. Não sei quando começou — talvez sempre tenha sido assim. Talvez eu só tenha demorado para entender. Mas agora sei. E ele não me vê como eu sou. Me olha e ainda vê uma menininha de vestido rodado e laço no cabelo.

Engano dele.

Sinto o calor das lágrimas caindo. Tento limpar, mas elas continuam vindo, silenciosas. Odeio chorar. Odeio me sentir pequena. Fraca.

Mas, ali no jardim, sozinha sob as estrelas, eu me permito.

Me encolho, abraçando os joelhos, o vestido se apertando contra o corpo. Não me importo com a maquiagem borrada, com o cabelo fora do lugar. Só quero que essa dor vá embora.

Ele disse que eu vou encontrar alguém. Que vou ter meu primeiro beijo com outra pessoa.

Mas eu não quero outro. Quero ele.

E o que ele não entende — o que ninguém entende — é que, no meu coração, ele sempre foi o único.

Fico ali por mais tempo do que consigo contar. Até que o barulho da festa vai diminuindo, até que as vozes somem e tudo vira apenas noite e silêncio. O vazio ao meu lado é maior do que imaginei.

E eu sou só uma garota de quinze anos… com o coração partido pela primeira vez.

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