No vigésimo sétimo dia de seu cativeiro, Sophia aprendeu a obedecer. Parou de lutar, cessou as greves de fome e, de vez em quando, até oferecia um sorriso tênue a Vincent. Ele, desconfiado no início, aos poucos começou a acreditar que ela havia finalmente se rendido ao destino.
— O que você quer comer hoje? — Ele perguntou certa manhã, enquanto ajustava a gravata ao lado da cama.
Sophia estava recostada na cabeceira, os cabelos caindo suavemente pelos ombros. Sua voz soou tranquila:
— O que você preparar.
Os dedos de Vincent pararam por um instante. Um brilho de surpresa cruzou seus olhos, logo substituído por um sorriso.
— Certo.
Virou-se e foi até a cozinha, com uma postura mais leve do que nas últimas semanas.
Assim que ele saiu, Sophia jogou as cobertas para o lado e puxou debaixo do colchão um microcomputador roubado do escritório dele na semana anterior. Seus dedos voaram pelo teclado enquanto digitava uma sequência de códigos. Ela havia invadido o sistema de segurança da il