Parte 99...
Matteo
Eu andava de um lado para o outro no corredor do hospital, meus sapatos batendo no piso frio. Não conseguia ficar parado. Cada passo era uma tentativa de expulsar a ansiedade que me apertava o peito.
— O que disseram? - perguntei, sem cerimônia, quando vi meu pai encostado na parede, o olhar fechado.
— Estabilizaram ela - respondeu Augusto, sem rodeios. — Estão fazendo lavagem, medicação. O médico pediu calma. Você tinha ido ao banheiro.
— Calma? - a palavra saiu dura. — Ela desmaiou, pai. Sangrou. Isso não é calmaria, é emergência.
Tizziano estava ao meu lado, os braços cruzados. Ficou em silêncio até eu virar para ele.
— Você viu algo quando saiu? – ele me olhou franzindo a testa — Quando deixou a casa?
— Só que ela estava bem - respondeu, rápido. — Eu a vi ontem à noite, irmão.
— Ela estava bem de manhã, não foi? – meu pai perguntou direto a minha mãe.
— Sim, acho que sim – deu de ombro.
Fitei minha mãe. Estava sentada numa cadeira, a bolsa no colo, as mãos fecha