O pátio interno os engoliu.
Guardas em formação, estandartes com o lobo ruivo costurado, músicos tocando algo grave só para marcar o poder de quem chegava. Concubinas veladas atravessavam passagens altas, levando bandejas de bronze, perfumando corredores. O castelo tinha duas caras: a dos salões públicos, enormes, com pilares polidos, fogo sempre aceso e música; e a das alas internas, silenciosas, um labirinto de cortinas, quartos, janelas altas que mostravam as florestas secas de Obsidian até onde os olhos alcançavam.
Assim que pararam na parte interna do castelo, Van separou as duas.
— A prateada — ele apontou Melia com a mão, sem tocá-la — ala real. Deem um bom banho, quero os melhores perfumes e tratamentos, ponha a roupa mais bonita. — Olhou para ela como quem experimenta um vinho raro. — Hoje à noite será especial.
— E a outra? — um capitão perguntou, segurando Juno pelo braço.
— Harém comum. — A palavra bateu seca. — Limpa. Costure as costas para não sujar minhas almofadas. De