Com um grito cheio de dor e frustração, Heitor atirou a taça de cristal contra a parede. O som dos estilhaços reverberou como um trovão dentro dele.
Pegou o controle da TV e o lançou com tanta força que se pariu em mil pedaços.
A garrafa de uísque? Voou pelo cômodo, espatifando-se num barulho seco e violento.
— Maldita seja, Laura! — rugiu.
— Como você pôde ir embora? Sem nem se despedir? SEM AO MENOS ME OLHAR NOS OLHOS?
Seus punhos estavam cerrados. As veias saltadas no pescoço. O peito arfava como o de um animal ferido.
Ele chutou um vaso. Derrubou os porta-retratos. Jogou os livros no chão. Rasgou a camisa ainda vestida. Como se pudesse arrancar dela tudo o que doía.
Mas não adiantava.
Nada apagava o fato de que ela se foi.
Nada preenchia o vazio que ela deixou.
— Você me deixou... — sussurrou, cambaleando até o bar. Encheu um copo. Bebeu de uma vez.
— E eu... eu só percebi agora...
Encheu de novo. Bebeu. De novo. E mais uma vez.
— Que idiota... que com