Laura engoliu seco.
  O interior da mansão era amplo, com pé-direito alto, paredes em tons escuros e móveis elegantes. Arte moderna decorava as paredes, e a iluminação era baixa, criando sombras sensuais. O ambiente era silencioso demais, confortável demais. E perigosamente íntimo.
  — Há empregados? — perguntou ela, olhando em volta.
  — Alguns. Mas estão em outra ala da casa. Aqui só ficam quando eu chamo. E eu não chamei.
  Ele caminhou em direção ao bar no canto da sala e serviu dois dedos de uísque em um copo. Depois, virou-se para ela, encostando-se casualmente ao móvel.
  — Aceita uma bebida ?
  — Não agora.
  Heitor bebeu o próprio gole com tranquilidade, os olhos fixos nela o tempo todo. Aquilo a desconcertava mais do que qualquer toque. Ele a despia com o olhar como se tivesse todo o tempo do mundo.
  — Eu... gostaria de tomar um banho — disse ela, tentando recuperar algum controle.
  — Mas estou sem roupa para trocar...
  Heitor arqueou uma sobrancelha, e o sorriso que s