Ficamos com a testa encostada uma na outra por alguns segundos. O silêncio não pesa.
Ela respira fundo, ajeita o Luigi com cuidado e o coloca ao lado da irmã. Movimentos calmos, seguros. Vejo nela uma mulher que mudou, mas não perdeu nada do que era. Só ganhou camadas.
— Não quero que isso vire um muro entre nós — digo baixo. — Nada escondido. Nada decidido sozinho.
Ela se vira para mim.
— Então não decide — responde simples. — Caminha comigo.
Sorrio. É isso. Sempre foi.
Sentamos no sofá outra vez. Ela encosta a cabeça no meu ombro, e eu passo o braço em volta dela com cuidado, respeitando o cansaço, o corpo em adaptação, o tempo dela. Não preciso tocar mais do que isso para sentir conexão.
— O que você vai fazer agora? — ela pergunta.
— Ajustar rotas. Reforçar a equipe. Diminuir riscos. — Respiro. — E garantir que você continue vivendo. Sem medo.
Ela sorri de canto.
— Então vamos precisar aprender a viver com isso… sem deixar que isso nos endureça.
— Não vai — respondo. — Não vamos d