Eu ainda sinto o cheiro dela na minha pele quando acordo.
Ana.
Minha namorada.
Minha…
A manhã ainda estava quente quando a levei até a sala para tomarmos café.
E foi ali, naquele momento que era para ser especial, que tudo desabou.
Quando vejo meus pais… meu corpo inteiro trava.
Luigi Ferrari, com aquela mania de entrar em qualquer lugar como se fosse proprietário do ar.
Carla, atrás dele, com o olhar de quem desde sempre tenta evitar um incêndio na nossa família.
— O que estão fazendo aqui essa hora? — pergunto, sentindo aquele pressentimento de que meu momento vai ser destruído agora.
— Que isso, menino — meu pai retruca, como sempre. — Acabamos de chegar e é assim que nos recebe?
Carla tenta conter:
— Querido… é a casa dele. Chegamos sem avisar…
— A casa do nosso filho. E agora tem que avisar pra entrar? — ele provoca, como sempre faz.
E então ele olha para Ana.
Olha daquele jeito que sempre odiou nas outras pessoas, mas nunca percebeu em si mesmo: julgamento.
— E qu