Enquanto ele fala… ele, não — agora tem um nome: Marcos Ferrari, meu patrão.
O homem que me tocou como ninguém.
Com quem eu perdi o controle.
Que ocupa meus pensamentos a maior parte do tempo.
Meu Deus… eu dormi com meu patrão.
Meu corpo quer reagir, minha mente tenta fugir.
Ele tem razão: não vai ser fácil esquecer a noite que tivemos.
Mas eu preciso começar daqui.
— O senhor tem razão — digo, mesmo sentindo minha voz quase falhar. — Não dá pra fingir que não houve… algo.
Ele ergue uma sobrancelha, como se a palavra algo fosse uma ofensa ao que realmente aconteceu entre nós.
Engulo seco e tento continuar:
— Porém… o senhor é meu patrão. E como no outro dia não nos conhecemos dessa forma… nenhum de nós poderia prever isso. Portanto, como profissional, estou aqui para cumprir minhas funções…
Falo tudo, mas nem sei direito o que estou dizendo.
O olhar dele me invade.
Me consome.
É quase um toque.
Ele sorri de canto — aquele sorriso que parece saber demais.
— Ana, Ana… s