Pérola sentiu a tensão percorrer seu corpo. O que Salete poderia querer? Klaus havia dito que era apenas uma tentativa de trégua. Chegaram à churrascaria, mas Salete ainda não havia chegado. Pérola, faminta, começou a comer sem esperar. Logo, avistou a sogra na recepção e percebeu que ela estava produzida: um tubinho preto na altura dos joelhos, salto alto, batom vermelho e cabelos com aspecto de recém-saídos do salão. Salete chegou à mesa sorrindo, deu um beijo no rosto de Pérola e disse:
— Olá, querida. Quanto tempo! Como você está? E o bebê?
— Boa noite, doutora — respondeu Pérola — Estou comendo muito e vomitando mais ainda. E você? Como vai?
Salete não gostou do tom, franzindo a testa.
— Que modos à mesa, Pérola.
Klaus interveio:
— Você não viria acompanhada, mãe?
Ela respondeu com seriedade:
— Klaus, estou tentando por você. Não torne tudo mais difícil. Um dia você será pai e você, menina, será mãe. Vocês verão o que é amar mais alguém do que a si próprio, farão o possível e o i