Onde a escuridão é o abrigo.
Unirian não largou o pescoço de Dante de jeito nenhum.
Seus braços agarrados a ele como se fosse sumir a qualquer momento.
Foi apenas um dia, mas de completo terror. Dante sabe e ela também. Ela percebeu que ele precisava ser como era, o mundo era perigoso e cruel.
Na casa, estava tudo silencioso, Dante entrou com ela ainda carregando ela no colo.
— No seu quarto— disse ela, sem o soltar e completamente frágil.
— Tem certeza?
Ela assentiu levemente.
“Se entrar já não sai” pensou.
Ela nunca tinha entrado no quarto dele.
O quarto de Dante era como ele: intenso, impenetrável, obscuro e sofisticado.
As paredes eram cobertas por painéis escuros, quase negros, envoltas por uma penumbra estratégica que mantinha o ambiente misteriosamente acolhedor. Não havia excessos. Apenas o essencial — mas cada detalhe era escolhido com precisão milimétrica, refletindo controle, luxo e poder.
A cama, imensa e de estrutura baixa, ocupava o centro do espaço como um trono silencios