Carolina

O silêncio que se seguiu à acusação de Angel queimava meus ouvidos. Uma parte de mim queria gritar, se levantar, mandar ela calar a boca e lembrar quem realmente sabia jogar naquele tabuleiro. Mas outra parte, apenas respirou fundo e continuou com a postura impecável que sempre esperei de mim mesma.

Ela falou com tanta convicção... como se eu fosse a vilã da história, como se ela não fosse a menina mimada e desequilibrada que colocou a empresa em colapso porque não consegue lidar com a própria origem. Bastarda. Sem nome, sem sangue, sem chão. E mesmo assim, ela achava que podia me encarar de igual pra igual.

Eles acham que eu perdi o controle. Pobres tolos. Não entenderam que o jogo ainda é meu.

Eu me permiti um breve olhar para Iolanda. A velha raposa mantinha sua expressão de desaprovação glacial, mas nos cantos de seus olhos, eu via o brilho da aprovação.

Boa garota, ele dizia. Você fez exatamente o que eu queria. Ela não tolerava falhas, mas também não tolerava fraqueza.