Angel
Eu saí daquela sala com os passos firmes, mas a alma em ruínas.
As vozes deles ainda ecoavam dentro de mim, misturadas à dor no estômago e à raiva presa entre os dentes. Carolina tinha conseguido manter a pose até o final. Falsa, calculista, mas intacta. E pior: protegida.
Mesmo depois de tudo o que dissemos, mesmo com Lucas jogando a verdade sobre a mesa, Iolanda saiu da sala segurando as rédeas. Nada havia desmoronado… ainda. E isso me corroía por dentro.
Eu ouvia os passos de Lucas atrás de mim. Fortes, precisos.
Entramos juntos na sala de Lucas e fechamos a porta. Eu me encostei na parede fria, puxando o ar com força.
— Você está bem? — ele perguntou, a voz baixa, quase como se não quisesse despertar o mundo ao redor.
— Você viu o olhar da Iolanda. Ela já decidiu, Lucas. A redistribuição de responsabilidades? — repeti, com desprezo. — Vão te afastar. Ou pior. Vão usar isso pra me calar de vez.
Ele hesitou. O que me confirmou que, sim, ele também sabia.
— Talvez sim. Mas se e