Angel
O restaurante era charmoso, rústico na medida certa. As mesas de madeira polida se espalharam por uma varanda de frente para o mar, iluminadas por pequenas lanternas penduradas entre as vigas. O som das ondas misturado ao burburinho suave das conversas criava um clima quase mágico.
Lucas havia feito a reserva e insistido que eu precisava sair, respirar, jantar fora. Eu aceitei, talvez por ele, talvez porque uma parte de mim ainda queria acreditar que era possível ter momentos normais.
Lucas segurava minha mão sobre a mesa. Seus dedos traçaram distraidamente os meus, e havia um leve sorriso em seu rosto enquanto escutava o garçom apresentar os pratos do dia. Eu estava em paz. Ou, pelo menos, estava até ouvindo aquele riso.
Aquele riso alto, estridente, inconfundível.
A voz aguda de Joana cortou o ar antes mesmo de eu conseguir localizá-la. Meus olhos seguiram o som e pararam em um grupo que estava entrando no restaurante. Meu coração afundou. Era o meu antigo grupo de amigos. Ele