Benjamin Scott é o bispo da badalada Catedral de São Patrício, que apenas com trinta e nove anos é cotado para se tornar Cardeal após a morte do antecessor. Mas o que esse servo de Deus não esperava é que durante a cerimônia de um casamento o Diabo pudesse enviar alguém para desestabilizar o Bispo que sempre foi um servo fiel e leal as doutrinas da igreja. Camilla Coppola é a filha do meio de um mafioso romano, são um dos convidados mais importantes de um casamento e nesse momento o olhar dela é capturado pelo presença do único homem proibido para qualquer pessoa. O homem de batina! Ela enlouque e decide ser a própria enviado do demônio para atormentar a mente do bispo. Mas o que nenhum dos dois esperava é as consequências que surgiriam após o seu primeiro encontro. O segredo que eles carregam consigo e os atormentam… Uma luta entre a lealdade e o desejo de seu coração… o seu coração dividido entre o seu amor pela igreja e pela garota que o conquistou em uma manhã de primavera.
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O dia amanheceu com a temperatura fresca, o que me deixou radiante para a cerimônia que estava para realizar. A primavera chegou trazendo suas flores e o aroma refrescante que vinha do Central Park e com elas um casamento para ser celebrado em nossa igreja. Sou o bispo mais novo de nosso país, fui ordenado há três anos e agora com meus trinta e nove anos começo a ver o quanto venho sendo abençoado pela graça divina.
Levanto de minha cama simples e ergo o olhar para a cruz de madeira que estava no meio da parede de frente minha cama. Uma decoração simples compõe o meu quarto na casa paroquial, sorrio agradecido por mais um dia na vocação que há muito custo consegui concluir. Olhando diretamente para a cruz de madeira me ajoelho e início as minhas preces matinais, pedindo misericórdia pelos pecados da minha comunidade e sem deixar de pedir que todos eles continuem complacente.
Termino a minha oração e começo a me arrumar para realizar o casamento mai esperado e cheio de cuidado para o filho de Henrique Carter e Laís Carter, um casamento cheio de chefes de estados e algumas pessoas da realeza também estarão presentes, deixando evidente que o casal que logo mais estará aqui é extremamente importante.
Já arrumado olho mais uma vez para o espelho agradecido por não estar com o olho roxo depois do treino de ontem de boxe. Posso ser um sacerdote, mas não deixo de cuidar da minha saúde e uma forma que encontrei e transformei isso como um hobby foi praticar boxe em uma academia que temos no bairro.
— Bispo? — Ouço m nome ser chamando pela porta entreaberta.
— Pode entrar! — Digo ao Josh.
Um dos seminarista que tem um grande potencial, mas que todos estamos vendo que terá dificuldade em questão ao desejo da carne. Infelizmente o seu chamado veio em um momento de obrigação por sua família, seu pai o obrigou estar aqui e ele teve que colocar fim em um relacionamento com uma garota por quem é apaixonado e vemos o quanto ele está amargurado e sofrendo pelos cantos.
— Bom dia, Bispo, vim avisar que os pais do noivo acabaram de chegar e pediram para conversar com o senhor! — Sorrio e meneio a cabeça agradecido.
— Obrigado Josh, pode por favor levá-lo até o gabinete ao lado do confessionário, vou usá-lo hoje e conversarei com eles lá. — Digo e vejo o seminarista sair.
Diferente de todos os que vivem aqui na Catedral de São Patrício, não tenho medo de quem realmente são a família Carter. Não compactuo com o que eles fazem para viver ou como comandam a cidade por baixo dos panos, mas sou extremamente grato por todas as obras de caridade que a senhora Carter é envolvida.
Uma delas é para as meninas de ruas, ela criou um centro para que elas possam aprender algo, também instalou um tipo de abrigo permitindo que as mais jovens tenham um lugar seguro para dormir e se alimentar.
Respiro fundo para ir conversar com a família mais importante da minha comunidade e antes de sair do meu quarto beijo o crucifico de ouro que carrego pendurado em meu pescoço, um Lembrete que minha fidelidade e lealdade é com o ser superior que a muito tempo se revelou a mim e me vem entregando grandes coisas durantes os anos que estou a frente dessa Catedral.
Saio do meu quarto cumprimento cada um dos seminaristas que cruzam o meu caminho, digo “oi” há uma das poucas freiras que há em nossa catedral e sigo caminho. Com um pensamento intrusivo sobre a presença de mulheres aqui, algo que acho arriscado para tanto os homens como para a freira em questão.
Mesmo entendendo haver necessidade de que haja algumas para algumas tarefas específicas, como os cuidados com os anciões que vivem em clausura nos andares superiores da catedral, na ala oposta ao sino, como também na administração da nossa Catedral.
Sorrio ao ver a nave totalmente decorada com flores da estação, deixando o aroma tão agradável, deixo um sorriso brotar ao me sentir como se estivesse entrando em um pequeno bosque pela quantidade de flores que há na igreja. O que me lembra e muito o Central Park.
Antes de entrar no gabinete encontro o meu reflexo e fico satisfeito por não haver nada fora do lugar, minha roupa estava impecável, meu cabelo bem cortado e a barba cheia e bem cuidada. Não é porque sou um sacerdote que não goste de cuidar da minha aparência.
Assim que entro no meu gabinete encontro um par de olhos azuis e um verde, o olhar deles é de pura felicidade e podia sentir o quanto eles estavam ansiosos com a cerimônia que estava para acontecer.
— Bom dia! — Digo e me aproximo do casal.
— Bom dia, Bispo! — Senhor Carter se ergue e estende a sua mão para cumprimentar.
— Bom dia! — Sua esposa diz com suas mãos segurando a sua pequena bolsa.
— Pediram para me chamar? — Perguntei dando a volta pela minha mesa.
— Sim, viemos para justificar um pequeno detalhe que acredito que ainda não notou! — O homem que deve ter seus quase dois metros diz.
Algo que não me intimida, já que aparentemente temos a mesma altura.
— Estou ouvindo… — Digo com certa curiosidade.
— Coloquei alguns homens para cuidar da nossa segurança dentro da Catedral… — Senhor Carter diz. — Acredito que saiba com o que trabalho?
Sua pergunta é feita e vejo o modo relaxado que ambos estavam, mas como não saberia que o sobrenome Carter é mais temido que o do próprio demônio. Que a lealdade com esse nome é motivo de matar qualquer um que olhe feio para um membro de sua família.
— Já ouvi alguns boatos, como sabe preciso cuidar das ovelhas do meu rebanho! — Digo rindo ao casal.
— O mesmo acontece comigo! — Ele diz e vejo em seu sorriso o quanto esse homem deve ser perverso e cruel. — Todos os que estão aqui dentro estão sobre a minha proteção, então para que isso acontecesse, coloquei muitos homens espalhados pelos cantos, então não se assuste caso veja algum dos meus homens armados por aí!
Confirmo com a cabeça, não posso negar nada a essa família. Sou grato a eles a tudo o que eles fazem.
— Não há problema algum, senhor Carter! — Digo ficando de pé.
A esposa do homem que exalava crueldade já estava em pé e caminha para sair da sala, ela estava feliz e imagino que seja por estar casando o seu filho e pelo que as colunas sociais dizem a noiva é uma herdeira bilionária.
— Senhor Bispo? — a senhora Carter me chama antes de atravessar a porta.
— Senhora…
— Existe uma menina que vi no abrigo ontem, Lessie se não me engano esse é o nome dela. — ela começa a dizer, vejo a dúvida e uma certa confusão passar pelos seus olhos.
— Não fui essa semana até o abrigado, mas se quiser alguma informação posso pedir as freiras… — Começo a dizer e ela nega com a cabeça.
— A menina deve ter seus vinte anos e estou interessada em saber como ela chegou a Nova York, espero que não esteja fazendo nada de errado Bispo, não estou preparada para ter que cortar as mãos de um servo de Criador! — Engulo seco com a sutil nada discreta ameaça da senhora Carter.
— Como disse, não é de meu conhecimento a chegada de nossas pessoas no abrigo, mas assim que a cerimônia terminar irei me informa sobre isso, tem a minha palavra! — Digo a ela.
— Assim espero, o último que deu a sua palavra a mim e não a cumpriu, deve estar parecendo um picolé no Rio Hudson! — Ela diz com um lindo sorriso. — O vemos no altar, licença vamos querido.
Solto uma respiração pesada que mal fazia ideia que estava segurando. Sento com tudo sobre a cadeira e deixo a minha mente trabalhar para tentar descobrir quem é a tal mulher, já que a senhora Carter disse que ela tem vinte anos. A última coisa que realmente preciso é ter problema com essa família e tão pouco quero virar um peixe.
Viro de frente para o telefone e começo a fazer algumas ligações até que se aproxime a hora para a cerimônia e realize o casamento de Leon Carter e Ella Walker-Miller.
Para o meu desespero, ninguém tinha nenhuma informação que me fosse útil para passar aquela mulher que parecia interessada demais em uma desconhecida qualquer o que me deixou ainda mais intrigado. Faltando meia hora para o casamento decido ir para fora do meu gabinete.
Ver como estava tudo lá fora e que Deus nos permita uma cerimônia tranquila sem nenhum incidente.
Saio do meu gabinete e posso sentir vários olhos sobre mim, dou alguns sorrisos e caminhando para o todo do altar, vejo alguns coroinhas e um jovem padre que estavam ali para me ajudar com a liturgia.
Enquanto conversava com o padre, sinto olhos fixos em mim, como se estivesse me vigiando a distância.
— Talvez precise de um pouco mais… — Digo olhando para o mar de convidados importante que estavam ali.
Com o olhar passo rápido por várias pessoas que conversavam entre si, podia ver o quanto cada um deles estavam felizes e ansiosos.
— Camilla, Camilla, está outra vez no mundo da lua… — Meu olhar vai em direção à conversa que acontecia na primeira fileira de bancos.
Havia uma mulher de olhos azuis sensuais, que me fitavam em admiração e podia ver que a sua respiração parecia alterada de certa forma. Seus cabelos loiros em um coque alto e deixando algumas mechas adornavam o seu rosto a deixando linda…
Linda?
Que pensamento é esse?
O susto me faz titubear e dou um passo para trás como se o meu corpo estivesse se afastando do pecado que poderia acontecer. Mesmo com os meus olhos fixos nela começo sentir uma ereção que não deveria existir.
Sou um homem que renunciou os prazeres da carne e nos meus mais de quinze anos de sacerdócio nunca havia sentido nada perto do que acabei de sentir.
— Preciso ir ao gabinete… — Digo ao padre ao meu lado.
— Está tudo bem Bispo? — Ele pergunta preocupado.
A minha ereção começa ficar pior, preciso sair daqui antes que alguém perceba o volume por baixo da minha batina. Péssima ideia de sair do quarto sem usar cuecas apenas a calça do sacerdócio. Decido mentir para o padre ao meu lado.
— Sim, vou apenas tomar algo gelado, sentiu que esquentou? — Pergunto ironicamente.
Porque, na verdade, acabo de me sentir mais perto do inferno do que de Deus.
— Tudo bem, se alguém perguntar digo que foi beber água!
Ele disse e sai dali em direção ao meu gabinete na esperança que haja uma muda de roupas minhas ali e assim controle o desejo por aquela desconhecida.
Entro no meu gabinete me martirizando pelo pecado que acabo de cometer, me sentindo sujo e impuro para realizar o casamento mais importante da minha Catedral. Vou até o armário e respiro aliviado quando vejo um conjunto de roupas minhas ali.
Retiro os sapatos e a calça em um rompante não posso demorar ou vão sentir a minha falta. Toco na minha ereção inchada e pulsante apenas com o pensamento que invadiu a minha cabeça nesse momento.
— Posso resolver esse problema! — A voz do demônio se faz presente no lugar onde imaginei que estaria seguro dela.
Raul CarrilloNa sala de interrogatório, Ching estava sentado, algemado a uma cadeira de metal. Seu rosto estava cansado, mas ele sorria. Era um sorriso que eu odiava, um sorriso de alguém que acreditava ainda ter controle.— Então, você finalmente decidiu se juntar a nós? — ele disse com sarcasmo, me encarando enquanto eu entrava.Ignorei. Peguei uma cadeira e me sentei à sua frente.— Você sabe como isso vai acabar, Ching. Está em suas mãos decidir o quão difícil vai ser.Ele inclinou a cabeça, o sorriso desaparecendo lentamente.— Eu já contei aos seus homens o que eles queriam saber. Mas você, Raul… você parece querer algo mais.— Quero saber tudo. Quem está por trás de você, por que fez isso? Onde estão os pais de Xuan? E quero agora.Ele riu, mas dessa vez foi uma risada amarga.— Você acha que sou o único problema aqui? Há pessoas muito maiores do que eu nesse jogo, Carrillo. Pessoas que você nem imagina. Sou apenas uma peça.— Talvez. Mas você é a peça que temos agora. Então,
Raul CarrilloO porto surgia à nossa frente como uma fera adormecida. Era um labirinto de contêineres empilhados, guindastes enferrujados e sombras que pareciam se mover ao ritmo do vento. O cheiro de sal misturado com óleo era sufocante, mas meus sentidos estavam em alerta total. Cada ruído, cada movimento parecia uma pista.— Setores A e B limpos. Sem sinal de Ching ou qualquer atividade recente — informou o rádio.Respirei fundo, tentando manter a calma. Ele estava aqui, eu sabia disso. Ching não teria tempo de escapar tão rápido. Seu plano era se esconder até que um navio estivesse pronto para levá-lo. Ele era calculista, mas eu o conhecia bem o suficiente para saber que, quando encurralado, podia cometer erros.— Dividam-se em duplas. Verifiquem cada canto. Quero cada entrada e saída bloqueada. — Minhas ordens saíram automáticas, como se meu corpo estivesse no controle enquanto minha mente vagava.Ching havia nos destruído de tantas maneiras que eu nem sabia por onde começar a co
Raul CarrilloOs dias recentes haviam sido uma espiral de caos. Ching nos colocou em um jogo cruel, um tabuleiro de decisões impossíveis, e agora o som do alerta ecoava pelos corredores como o toque de um sino de guerra. Enquanto me preparava para o que vinha a seguir, observei meu amigo se aproximar. Ele estava pronto para partir, mas algo em seu olhar mostrava que ele sabia exatamente o que estava deixando para trás.Eu sabia que deveria me concentrar na missão, mas minha mente era uma mistura de planos, medos e desejos. Cada vez que eu pensava nela, sentia como se o chão firme sob meus pés vacilasse. Não era apenas por ela. Era pelos pais dela. Pela promessa que fiz, silenciosa, a mim mesmo: trazê-los de volta vivos. Eu precisava garantir a segurança deles para que, quando tudo isso acabasse, ela pudesse olhar para mim com algo mais do que desconfiança ou dívida.Benjamin parou à minha frente, o olhar firme, a mão estendida para um aperto que parecia dizer mais do que qualquer pala
Giorgia ScottO primeiro dia na universidade deveria ser sobre liberdade, independência e novas oportunidades. Mas, para mim, era apenas mais uma extensão do controle sufocante dos meus pais. Benjamin e Camilla Scott, ícones de força e influência, não conseguiam aceitar que eu podia cuidar de mim mesma.Então, aqui estou eu, caminhando pelo campus com dois brutamontes me seguindo como sombras inconvenientes.Respiro fundo, tentando ignorar a sensação de ser vigiada, mas a cada passo deles ouvia ecoar como um lembrete irritante de que, na mente dos meus pais, eu sou um alvo ambulante para qualquer um que deseje o poder de meu pai.— Relaxe, Giorgia, é só o primeiro dia — murmuro para mim mesma, ajustando a alça da mochila no ombro.Enquanto atravesso o corredor do prédio de engenharia, olho para o mapa do campus no celular, tentando me localizar. Foi nesse momento que aconteceu. Esbarrei em alguém com força suficiente para quase perder o equilíbrio. Livros e papéis caíram no chão, e eu
Camilla ScottO restaurante para onde ele nos trouxe fica escondido entre os prédios da cidade, pequeno e acolhedor, com janelas grandes que ofereciam uma vista perfeita da neve caindo do lado de fora. As velas sobre as mesas lançavam sombras suaves nas paredes, criando uma atmosfera íntima que parecia ter sido feita sob medida para nós dois.Sentamos em uma mesa no canto mais reservado, longe de olhares curiosos que nos olhavam com um pouco de medo ao perceber que estava ao meu lado. Benjamin parecia diferente esta noite, ele estava mais relaxado, quase despreocupado, talvez a nossa diversão no carro tenha surtido o efeito que desejava. O observava enquanto ele tirava o casaco e ajeitava o cabelo de um jeito casual que me fazia esquecer como respirar.Durante o jantar, conversamos sobre coisas simples: como a neve sempre o fazia lembrar dos invernos da sua infância, as últimas notícias da fábrica de uísque e até mesmo sobre o livro que estava lendo. Mas havia algo na maneira como ele
Camilla ScottSair de casa foi quase uma maratona. Benjamin se mostrou paciente enquanto deixava uma lista de recomendações para as duas babás que ficaram com o nosso quarteto, assim como para Sophia e Amélia que surgiram em casa a procura do marido e de Ravi.Não queria sair, mas entendi que esse momento com meu Bispo é importante, não apenas para ele, mas para mim também. Preciso relembrar que não sou apenas a mãe de quatro bebês lindos que estão começando a falar, mamãe. O que está deixando o meu marido enciumado.Hoje, nosso carro vermelho e esportivo, totalmente diferente da mini van que usamos quando é preciso levar o nosso quarteto para alguma consulta. Ainda não tive coragem de levá-los para passear, temo que possamos sofrer alguma emboscada e dificultar a vida de Benjamin que não está tão fácil como imagino.— Tão pensativa! — Ele diz ao segurar a minha mão.— Apenas me dando conta de quão somos afortunados…Sorrio ao notar que ele estacionou o carro no estacionamento do resta
Último capítulo