Raul Carrillo
O porto surgia à nossa frente como uma fera adormecida. Era um labirinto de contêineres empilhados, guindastes enferrujados e sombras que pareciam se mover ao ritmo do vento. O cheiro de sal misturado com óleo era sufocante, mas meus sentidos estavam em alerta total. Cada ruído, cada movimento parecia uma pista.
— Setores A e B limpos. Sem sinal de Ching ou qualquer atividade recente — informou o rádio.
Respirei fundo, tentando manter a calma. Ele estava aqui, eu sabia disso. Ching não teria tempo de escapar tão rápido. Seu plano era se esconder até que um navio estivesse pronto para levá-lo. Ele era calculista, mas eu o conhecia bem o suficiente para saber que, quando encurralado, podia cometer erros.
— Dividam-se em duplas. Verifiquem cada canto. Quero cada entrada e saída bloqueada. — Minhas ordens saíram automáticas, como se meu corpo estivesse no controle enquanto minha mente vagava.
Ching havia nos destruído de tantas maneiras que eu nem sabia por onde começar a co