A palavra de Aether pairou no ar da manhã como uma profecia antiga, ecoando nas profundezas da alma de cada presente. "Ele vem." O frio que percorreu a espinha de todos não era meramente físico era ancestral, primordial, como se o próprio tecido da realidade estivesse se contraindo em antecipação. Nas semanas que se seguiram à chegada dos viajantes, a alcateia viveu sob uma paz tensa. As palavras de Aether ecoavam em cada canto do santuário, um lembrete silencioso de que sua paz conquistada com dificuldade era frágil como vidro.
Kaia e Ronan, os irmãos líderes dos viajantes, tornaram-se sombras constantes nos corredores do santuário. Seus olhos, cansados da longa jornada, guardavam histórias que nenhum deles estava pronto para contar completamente. Ronan, com sua postura rigidamente militar, evitava olhar diretamente para Aether, como se a simples visão da criança fosse dolorosa demais.