O ar no reino cor de sangue era espesso, carregado de um perfume ancestral de flores negras e metal. A figura de Gabriele, agora com olhos dourados e uma aura de poder intemporal, parecia tão familiar quanto assustadoramente divina. Scarlet sentiu um nó na garganta; aquela era sua mãe, mas também não era. A mulher que a criara com palavras gentis e mãos suaves agora irradiava uma autoridade que fazia o próprio ar tremer.
— Mãe? a voz de Scarlet soou frágil, como se fosse quebrada pelo peso daquela realidade.
Gabriele sorriu, um gesto cheio de uma tristeza infinita.
— Querida, você sempre soube que eu era mais do que uma simples humana, não foi? Seus olhos dourados cintilaram.
— Eu era uma guardiã, assim como você. E este lugar… Ela estendeu os braços, abraçando a floresta sangrenta e o rio prateado. Esse lugar é onde tudo começou, onde a primeira luz e a primeira escuridão se encontraram.
Enquanto Scarlet processava aquelas pa