Dante
Dirigi por mais de três horas como se o tempo tivesse virado um inimigo pessoal. A estrada se esticava diante de mim, interminável, e cada quilômetro parecia uma eternidade. Mantive as mãos firmes no volante, os olhos fixos à frente, mas a cabeça estava longe dali, presa nela. Em Evelyn. No tom da voz dela ao telefone. Na urgência do seu pedido. O diário.
O carro cortava o asfalto rápido demais. Ignorei o aviso constante do painel, ignorei o cansaço acumulado, ignorei tudo o que não fosse chegar até ela. A paisagem borrava nas laterais, campos, árvores, placas que eu não lia. Só existia uma linha reta e a sensação incômoda de que algo que eu vinha adiando havia finalmente me alcançado.
Quando cheguei à universidade, estacionei de qualquer jeito. Desci do carro quase correndo, o coração batendo alto demais no peito. Foi então que a vi.
Evelyn estava sentada em um banco, encolhida, os ombros tensos, os olhos inchados e vermelhos. Tremia. Ao lado dela, Asher.
Por um seg