[ Patrícia]
Cheguei em casa sentindo a dor latejar na minha mão, pulsando no mesmo ritmo do meu coração cansado. A dor de cabeça, que havia dado uma trégua durante o dia, voltou com força total, me fazendo fechar os olhos por alguns segundos. Suspirei, derrotada, e tomei mais um analgésico, na esperança de encontrar algum alívio. Os anteriores não tinham surtido efeito algum.
O silêncio da casa parecia gritar a ausência de Ester. Cada canto me lembrava das nossas brigas constantes, do peso que pairava sobre nós.
Sem fome, sem ânimo, fui direto para o quarto. Deitei na cama sem me preocupar em trocar de roupa, o corpo pesado demais para qualquer esforço. O sono veio rápido, como um refúgio temporário para a dor que não era apenas física.
Horas depois, acordei com a tela do celular acesa, exibindo inúmeras mensagens da minha mãe.
[Filha, aconteceu algo? Estamos preocupados. Você não atende minhas ligações.]
[Filha, você está bem? Liga pra mim…]
Outras mensagens seguiam no mesmo tom. Sus