As mãos de Emilia tremiam levemente ao desdobrar o vestido preto que lhe entregaram. A seda se sentia luxuosa entre os dedos, suave e fria, como algo que não pertencia ao seu mundo.
Duas noites antes, Sophia a havia mandado ao escritório do chefe; Alexander estava sentado atrás da escrivaninha, recostado preguiçosamente na cadeira.
— O senhor precisa de algo, senhor Sidorov? — perguntou Emilia, com voz calma e serena. Nada denunciava o furor de seu coração.
Alexander não falou, apenas a observou, semicerrando os olhos de vez em quando, como se a estudasse com precisão meticulosa. No entanto, ela fazia o mesmo. A grande dúvida em sua mente era: aquele homem — pecaminosamente atraente — teria sido responsável pelo desaparecimento de Ana?
Dentro dela, duas forças se debatiam, e apenas pela pura força de vontade, o raciocínio venceu.