ANYA DOMINUS.
O amor reaparece nos instantes que mais deveriam assustar.
À tarde, estou sentada diante da lareira acesa, enrolada numa manta de lã grossa e escura, tentando me aquecer, tentando ignorar a sensação crescente e perturbadora de que alguma coisa está fora de lugar dentro de mim.
Quando Orion entra no quarto — suado, com a roupa suja de terra seca e poeira, exausto do treino prolongado com a guarda real — meus olhos o percorrem automaticamente.
O peito arfando pesado.
Os músculos tensos e marcados sob a camisa de linho colada ao corpo molhado de suor.
O cheiro forte de esforço e aço.
O jeito que limpa o rosto cansado com a manga rasgada.
Normalmente, isso me incendiaria.
Normalmente, eu já estaria de pé, puxando-o para perto, sentindo o corpo quente dele contra o meu.
Hoje…
Meu estômago revira violentamente.
E isso me assusta mais do que qualquer coisa já me assustou.
— Anya? — Ele franze o cenho profundamente ao me ver encolhida no sofá de couro gasto. — Você está as