ANYA DOMINUS — MESES DEPOIS.
Alguns mundos mudam devagar… outros começam dentro de si.
Os últimos dias têm sido um borrão.
Um borrão quente.
Um borrão intenso.
Um borrão onde cada toque dele parece despertar algo dentro de mim que eu não sabia que existia — algo primitivo, perigoso, real demais para ser ignorado.
O pior — ou talvez o melhor — é que Orion nunca força nada.
Ele toca como quem aprende, descobre, memoriza.
Como se cada centímetro da minha pele fosse um mapa que ele precisa conhecer de cor, traçar com os dedos até decorar cada linha, cada curva, cada reação minha.
E isso torna tudo infinitamente mais perigoso.
Porque eu sinto.
Sinto muito.
Sinto o cheiro dele impregnado nos lençóis de linho grosso — amadeirado, masculino, algo selvagem e indefinível que gruda na minha pele mesmo depois do banho.
Sinto a forma como segura minha nuca quando me beija, os dedos firmes, possessivos, mas nunca violentos, sempre com aquele cuidado brutal que só ele tem.
Sinto o pe