ANYA DOMINUS.
A vida encontrou um caminho — mesmo através de ruínas.
O banho foi silencioso.
Silencioso de um jeito pesado, carregado de algo não dito.
Orion me lavou com uma delicadeza que contrastava violentamente com a tensão visível nos ombros dele, nos movimentos cuidadosos demais, como se eu fosse feita de vidro frágil e pudesse quebrar a qualquer momento sob seus dedos.
Eu deixei.
Deixei-o passar o pano macio pelo meu corpo, deixei os dedos dele traçarem minha pele com atenção quase reverente, deixei-o me segurar firme quando minhas pernas fraquejaram de novo.
E quando terminamos, quando ele me vestiu com uma camisola delicada de linho e depois me envolveu numa manta grossa e quente, me carregando de volta para a cama como se eu fosse algo precioso demais para andar sozinha, percebi que a preocupação no rosto dele não havia diminuído.
Tinha apenas mudado de forma.
Agora era algo mais profundo.
Mais protetor.
Mais assustado.
Ele me deita com extremo cuidado sobre os lençóis