ANYA DOMINUS.
O desejo insiste, mesmo proibido.
A risada morre devagar, muito devagar, entre nossos lábios ainda colados, como se nem ela quisesse terminar o que começamos. Mas o beijo não morre. Pelo contrário: ele se transforma, se contorce, se aprofunda até virar outra coisa — algo mais escuro, mais urgente, mais faminto. Sinto o gosto dele se intensificar, a língua exigindo mais espaço, mais rendição, mais de mim.
Os dedos de Orion se enterram na minha nuca com uma força que não permite fuga. Não é um carinho; é um aviso sem palavras, uma corrente invisível que me prende exatamente onde ele quer. O polegar dele pressiona a base do meu crânio, possessivo, marcando território. Respiro contra a boca dele e o ar que sai dele entra em mim como ordem: fique.
— Ainda não acabou — ele murmura, se afastando alguns centímetros, a voz tão grave que parece vir do fundo do peito, carregada de uma certeza que não aceita contestação. — Você é minha esta noite. Toda minha. Inteira. E eu tomo o qu