59. UMA SITUAÇÃO PERIGOSA
AMANDA:
Amaral me lançou um olhar preocupado antes de dar um passo mais perto da encosta. Um instinto protetor, quase visceral, me obrigou a avançar atrás dela. As crianças, ainda alheias à nossa presença, continuavam discutindo enquanto as luzes das quais Netfis falava começavam a se tornar visíveis.
Eram suaves faiscas que pareciam flutuar entre a neve, como fragmentos de magia perdidos e dançantes. Eu parei por um momento, tentando decifrar sua origem, mas não havia uma fonte clara. Pareciam simplesmente emergir da terra e do ar, como algo vivo, mas intangível.
— Amanda, essas luzes não são normais — murmurou Amaral, com um tom de preocupação e curiosidade.
— Eu sei — respondi. Meu olhar voltou-se para as crianças à distância, que agora se aproximavam perigosamente da beirada do penhasco.
O grupo de crianças ainda não nos escutava. Héctor deixou cair a madeira que tinha nas mãos e deu um passo para trás, quase tropeçando. Continuamos avançando. Não podíamos fazê-lo mais ráp