Antonela Carter, sempre esteve por aqui, sempre me rodeando, sorrindo e brincando, a doce menina de tranças, em seus vestidos rodados, suas bochechas coradas e seu jeito tímido.
De alguma forma ela me encantava, era difícil estar longe já que nossas famílias eram muito amigas, e passávamos muitas festas e finais de semana juntos, eu praticamente a vi crescer, o que me causa uma frustração enorme.
Me lembro a primeira vez que a vi com outros olhos, estávamos na fazenda, as famílias reunidas para comemorar o natal, eu estava sentado na varanda, quando ela surgiu, a cavalo, com a noção de qualquer menina de quinze anos, ela não se importou por estar de vestido, percebi o olhar dos peões em volta, todos como eu completamente fascinados, quando ela parou na minha frente e sorriu, senti algo no meu peito se torcer, ali seria o começo do meu fim.
A amargura em meu coração apertava, por saber que não poderia te-lá, afinal sou um homem de vinte e três anos, ninguém nunca aceitaria isso, nem eu mesmo aceitava, o melhor era me manter longe dá tentação de nome Antonela, uma ninfeta de dezesseis anos
Ela sorriu e alisou a clina do cavalo, as coxas descobertas, e Deus eu queria estar ali, mordendo, beijando e apertando aquelas pernas torneadas, sua voz me tirou dos meus devaneios.
Antonela:- Eliot, vem andar a cavalo comigo?-Olhei em volta, o olhar dos outros homens estava me incomodando.
Eliot:-Ninguém nunca te ensinou que não se anda a cavalo de saia? Porque não se comporta como a porr@ de uma menina?-Minha voz saiu ríspida-E vocês? Não tem trabalho a fazer, caralh@-Depois do meu grito, os homens se dispersaram, mas meu coração disparou quando olhei para ela novamente, havia lagrimas em seus olhos.
Antonela:- Eu vou indo-Ela estava com o rosto vermelho, provavelmente segurando para não chorar na minha frente, nunca gritei com ela assim, nunca fui bruto, pelo contrario, sempre fiz suas vontades e as de Agnes, minha irmãzinha estava sempre por perto também, as duas eram inseparáveis.
Antes que eu pudesse dizer algo, ela disparou com o cavalo, me assustei, e corri atrás dela, um medo me invadiu, se ela se machucasse por minha causa, nunca me perdoaria.
Cheguei ao estábulo suado e ofegante, ela estava conversando com um dos encarregados, ele sorriu para ela, mas Antonela estava seria, parecia triste, depois de entregar as rédeas ao homem ela se virou para sair, depois que vi que estava bem eu deveria ter partido, mas meus pés não obedeciam, eu ainda devia um pedido de desculpas a doce Antonela.
Eliot:- Me desculpe, eu não deveria ter falado com você assim-Ela simplesmente passou por mim como se eu não existisse.
Fiquei irritado com a birra dela, e a peguei pelo braço, a arrastei até a parte mais deserta, os homens estavam trabalhando e ali não poderíamos ser vistos, nem eu sei porque fiz isso, mas sentia a necessidade de fazer ela ficar bem.
Antonela:- Me solta-Soltei, e ela esfregou o braço vermelho do meu aperto.
Eliot:- Me desculpe por isso, e por ter gritado-Ela me olhou com seus grandes olhos azuis, como se pudesse enxergar minha alma, uma menina de dezesseis anos estava me intimidando, que merd@.
Antonela:- Porque fez isso?-Abaixei a cabeça, como poderia dizer a ela que estava com ciúmes? Era melhor que ela não soubesse.
Eliot:- Percebeu como os peões estavam te olhando?-Ela deu de ombros fazendo minha irritação aumentar.-Você não se importa? Sabe o que eles poderiam fazer com você?
Antonela:-Eles só me olharam, não foi nada de mais, não é como se eu fosse me enfiar na cama de um deles-A pressionei na parede, eu não estava pensando.
Eliot:- Você pensa nessas coisas, não deveria-Ele sustentou o meu olhar, sorriu levemente.
Antonela:- Claro que penso, toda menina dá minha idade pensa Eliot, em que mundo você vive?-Eu estava de boca aberta, meninas de quinze anos, são assim tão avançadas, minha mente trabalhou rápido, mas infelizmente, a mente de um homem enciumado.
Eliot:- Você já fez algo com um homem, Antonela? Já foi tocada por um?-Ela ficou ofegante, seus olhos cravados nos meus.
Antonela:- Não-Meus olhos caíram nos lábios carnudos, e senti uma palpitação.
Eliot:- Já foi beijada?-Ela balançou a cabeça negativamente.
Minha cabeça rodou, passei a língua pelos lábios macios, e ela os abriu, os olhos fechados e eu a beijei, foi um beijo rápido, mas senti uma ereção, e a culpa me tomou, soltei Antonela e passei as mãos pelos cabelos.
Eliot:- Saia daqui, e seja mais cuidadosa-Me virei, estava de costas para ela, não queria que visse o conflito estampado em meu rosto.
Antonela:- Eliot eu...-Eu a cortei.
Eliot:- Saia da minha frente, e se sabe o que é bom para você, não vai falar desse beijo para ninguém, porque direi que é mentira-Não precisei me virar para saber que ela estava chorando, ela saiu correndo e me virei para olhar.
Minha Antonela estava ferida e triste, e eu fui o causador disso, fui o imbecil que não conseguiu se controlar e a magoou, agora só me resta manter a distância dela.
Voltei para casa principal, peguei uma garrafa de vodka no bar, e me tranquei no quarto, não queria ver ninguém.